segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Filme: O Poder e a Lei


O filme O Poder e a Lei é uma adaptação do livro traduzido no Brasil com o título Advogado de Porta de Cadeia. É a história de um advogado meio fora dos padrões (ou não), tendo como escritório seu próprio carro, cujo motorista é um ex-traficante, que fica rodando pela cidade atrás de clientes comuns, visto como escória da sociedade, casos fáceis, pequenas causas de pouca importância, independente de se fazer ou não justiça.
Até que lhe veio a chance de vultosos honorários, um cliente rico, um playboy acusado de agressão e tentativa de estupro a uma prostituta. Mickey Haller, o advogado, acredita na versão do rapaz de inocência e vê mais um caso fácil de ganhar dinheiro, mas a verdade vem destroçar sua vida, ele se vê numa situação delicada e sob ameaças do seu cliente, continua a defendê-lo.

 A justiça pura já não importa, pois está em jogo a vida do advogado e de sua família e amigos. Então, como se safar dessa cilada? Haller encontrará, através da absolvição de seu cliente, no caso que foi contratado, a melhor maneira de se fazer a justiça em um desfecho digno de um bom filme de suspense policial.


Muitos filmes de tribunal expõem o lado obscuro da carreira jurídica, colocando situações de suborno, de investigações particulares não autorizadas pela justiça, acordos internos entre as partes entre outros subterfúgios que correm na marginalidade dos processos judiciais. Essa exposição dramática cria uma antipatia pela profissão, pelos advogados em especial, que são vistos pela sociedade como espertos, mercenários, mentirosos entre outros adjetivos menos delicados.


Decerto que um advogado muito correto tende a sentir na pele as dificuldades, principalmente burocráticas, de qualquer processo judicial. O entendimento teórico não basta para o mercado de trabalho, o advogado cuja experiência ainda é pouca deve ter uma dose mínima de malícia para não ser engolido pelos colegas de profissão. Isso não significa ser corrupto, nem aceitar toda e qualquer vantagem para se ganhar uma causa. Ao contrário, o bom advogado, honesto e ético deve saber muito mais do que os que estão já inseridos no sistema corrompido da justiça. É como discussão de religião entre um cristão comum e um ateu fervoroso, quem se arrisca a dizer qual dos dois é maior conhecedor da Bíblia? Nesse filme, vimos que o advogado teve, finalmente, que ser competente e ávido por justiça, colocando em prática toda sua experiência de vida e seus conhecimentos jurídicos dosados com pitadas de malícia para ajudar a polícia no desfecho final.

Um comentário:

  1. Gostei do final do texto! Ao enfatizar o meio que um profissional do direito pode recorrer, sem, necessariamente, sair do que a lei determina para o exercício da profissão. Afinal de contas, o bom profissional se faz por aquele que ama e pratica seu labor com afinco e dedicação. Sem o advogado não há o exercício da justiça, esta efetiva-se exclusivamente pela dedicação do jurista que deve recorrer a todas as ferramentas que estiverem ao seu alcance para trazer conforto ao jurisdicionado que busca a lei como forma de resolver aquele problema que aparentemente não tem solução.

    ResponderExcluir

Total de visualizações